Pressão alta: inimigo silencioso
Pressão alta: inimigo silencioso
Ao contrário do que muitos acreditam, a hipertensão arterial sistêmica (conhecida como pressão alta) não causa sintomas como dores de cabeça, dor na nuca, suor excessivo ou mal-estar. Por ser uma doença predominantemente assintomática, há uma dificuldade em realizar o diagnóstico precoce. Grande parte das pessoas só começa o tratamento após anos de convivência com a doença, o que aumenta a probabilidade de já haverem ocorrido danos irreversíveis ao organismo, como retinopatia hipertensiva (alterações nos vasos sanguíneos dos olhos), nefropatia hipertensiva (redução da função renal), hipertrofia ventricular esquerda (aumento da musculatura cardíaca) e, em casos mais graves, infarto e derrame cerebral.
Por isso, o diagnóstico precoce e o início do tratamento adequado são essenciais. A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que, após a primeira medição da pressão arterial, caso esta esteja dentro dos valores normais (menor que 140/80 mmHg), a aferição seja repetida anualmente.
Recentemente, a Sociedade Europeia de Cardiologia, ciente dos danos causados pela hipertensão, propôs um novo conceito: a "pressão arterial elevada". Esta classificação engloba valores entre 120-139 mmHg para a pressão sistólica e 70-89 mmHg para a pressão diastólica, chamando a atenção de pacientes e médicos para o risco potencial de desenvolvimento da doença.
Fontes utilizadas: Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020 e 2024 ESC Guidelines for the management of elevated blood pressure and hypertension